Os bonifrates portugueses vão aparecendo acanhadamente ao longo da História do teatro em Portugal. Já no século XX, ao longo da ditadura salazarista, o seu estatuto enquanto parte integrante das artes cénicas é o de uma relação minguada, face ao actor de carne e osso. O teatro de actores viu-se obrigado a encontrar estratégias que lograssem camuflar as mensagens que pretendiam fazer passar nos espectáculos. Nesta época de estagnação ideológica, os bonecreiros, por sua vez, pareciam ter a precisão da astúcia do teatro de actores, acrescido da necessidade de afirmação do seu mester. Hoje, já no início da segunda década do século XXI, é chegado o tempo de dar a reviravolta que vinha sendo adiada, poder-se-á dizer, há milénios.
Os bonecos, que pertencem à génese do ser humano, foram sendo repetidamente relegados para segundo plano. Com esta investigação intentamos compreender os factores que relevaram o estado em que se encontrava o (re)conhecimento do teatro de bonifrates em Portugal durante o Estado Novo. Estas representações que vinham sendo rotuladas como “teatro para a infância” ... [+]
Os bonifrates portugueses vão aparecendo acanhadamente ao longo da História do teatro em Portugal. Já no século XX, ao longo da ditadura salazarista, o seu estatuto enquanto parte integrante das artes cénicas é o de uma relação minguada, face ao actor de carne e osso. O teatro de actores viu-se obrigado a encontrar estratégias que lograssem camuflar as mensagens que pretendiam fazer passar nos espectáculos. Nesta época de estagnação ideológica, os bonecreiros, por sua vez, pareciam ter a precisão da astúcia do teatro de actores, acrescido da necessidade de afirmação do seu mester. Hoje, já no início da segunda década do século XXI, é chegado o tempo de dar a reviravolta que vinha sendo adiada, poder-se-á dizer, há milénios.
Os bonecos, que pertencem à génese do ser humano, foram sendo repetidamente relegados para segundo plano. Com esta investigação intentamos compreender os factores que relevaram o estado em que se encontrava o (re)conhecimento do teatro de bonifrates em Portugal durante o Estado Novo. Estas representações que vinham sendo rotuladas como “teatro para a infância” não conseguiram, pelo rótulo imposto, criar o paralelismo, nem a autenticação de qualidade que na realidade possuiam. [-]